Muro tecnológico da China: precedente perigoso
O governo Chinês lançou uma campanha de combate a pornografia e vetou o acesso a páginas da internet com esse conteúdo.
Essa repressão cruzou fronteiras, abrindo um precedente perigoso: as autoridades chinesas censuraram o Google.
O veto a pornografia é aceitável, mas ele mascarou o veto a liberdade de expressão na web.
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Em janeiro deste ano, o governo Chinês lançou uma campanha de combate a pornografia e vetou o acesso a páginas da internet com informações sexuais (mesmo as de caráter científico).
Até aí, sem novidades, na história da China há pouca concientização e muita repressão.
Mas semana passada, essa repressão cruzou fronteiras, abrindo um precedente perigoso: as autoridades chinesas suspenderam alguns serviços da ferramenta de busca Google, sob a alegação de que a empresa não instalou filtros exigidos pela lei para bloquear as informações pornográficas.
O Google.com, Gmail e Google Docs foram bloqueados por volta das 9h30 do dia 24 de Junho, quarta-feira.
‘Na vida real, a grande Muralha da China impressiona e atrai turistas do mundo inteiro. No mundo virtual, porém, o muro tecnológico criado pelo governo do país para bloquear o acesso a determinadas informações na rede é cada vez mais reforçado. Ontem pela manhã, usuários chineses seguiam sem conseguir ter acesso ao site de buscas Google’ – Trecho da matéria ‘Governo amplia censura na internet’ do Diário Catarinense,26 de junho de 2009. | N° 8478.
O porta-voz do governo Chinês, se justificou afirmando que o Google infringe a legislação local, ao disponibilizar conteúdos pornográficos na rede.
Vale ressaltar que estes conteúdos só são encontrados por quem os procura, e acessados por quem quer. Logo, a atitude do governo é apenas mais um ato de desrespeito ao livre arbítrio.
É a primeira vez que que o governo chinês criticou abertamente uma empresa na internet e o pior é que o Google cedeu.
A empresa Google Inc. prometeu tomar as medidas necessárias para (a partir de 1º de julho), eliminar todas as buscas que deem resultados pornográficos em buscador versão língua chinesa, anunciou a agência oficial de notícias chinesa Xinhua.
O Google deveria ter suspendido sua atuação na China e então, aguardar a mobilização dos usuários.
O veto a pornografia é aceitável pela maioria, mas ele mascarou o veto a liberdade de expressão na web.
Lamentável. A repressão ganha terreno (virtual), e tem sua grande primeira vitória.
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